claudemir pereira

O partidário Werner Rempel e a função dele no PC do B

Claudemir Pereira

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

Werner Rempel é um ser partidário. Segue todas as diretrizes definidas coletivamente. Assim foi no PMDB, depois no PT, no PPL, agora no PC do B. Sempre dentro de uma corrente de pensamento existente desde a ditadura.

Por força disso, pelo PPL, concorreu a prefeito em 2016 (antes, fora vice, pelo PT, de Valdeci Oliveira), obtendo 6.917 votos. Em 2018, concorreu a deputado federal, com 15.014 votos totais. Desses, 12.639 em Santa Maria, onde só perdeu para o petista Paulo Pimenta.

E em 2020? Rempel continua partidário, já no PC do B, que incorporou o PPL do qual era presidente estadual. Para responder a essas questões, e o que farão o PC do B e ele, confira a entrevista concedida ao colunista, com exclusividade: 

Claudemir Pereira - Após tantas tarefas partidárias, o senhor se vê em condições de, digamos, "exigir" o direito de escolher a que concorrer ou até mesmo não concorrer?
Werner Rempel - O nosso partido tem forte senso e tradição de trabalhar decisões coletivas e antes da fusão com o PCdoB, o PPL também agia assim. Nunca me senti em condições exigir. "É conversando que se entende". Consensuar é uma necessidade. 

CP - No caso específico de 2020, concorrerá? E repetirá a tentativa de chegar à prefeitura, como em 2016, então pelo PPL?
Rempel - Vou concorrer e não serei candidato à majoritária. 

CP - Como candidato a vereador, que estratégia será montada para alcançar o quociente eleitoral?
Rempel - O nosso partido está trabalhando para termos uma nominata completa, o que não é fácil nos dias de hoje. O Movimento65 (*) deve ajudar, nesse sentido. Já pactuados que os mandatos serão compartilhados. Os suplentes irão assumir. Como dizia Tancredo Neves, a vereança é a escola da política. Ainda, a direção auxiliará todas as candidaturas na prática da arte de fazer votos. 

CP - Quanto à prefeitura, após inúmeras conversas com o PDT, este, aparentemente, está fechando a Frente Trabalhista com o PTB e o PROS (entre outros). O PC do B mantém a busca de parceria com o PDT ou estuda outra opção?
Rempel - Estamos empenhados em reproduzir, no primeiro turno, a aliança que levou a deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ) à liderança da minoria na Câmara dos Deputados (PCdoB- PSB-PDT). Há outros partidos se somando, o que é bom. 

CP - No caso de buscar outra parceria, qual seria esta?
Rempel - Não pensamos em outra alternativa no primeiro turno. 

(*) O Movimento65 é uma proposta interna do PC do B (65 é o número do partido) visando explicitamente as eleições de outubro

A decisão do MDB, dissidências possíveis e Pozzobom data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Lucas Amorelli (arquivo/ Diário)

A presidente do MDB, Magali Marques da Rocha, declarou à colega Jaqueline Silveira que os emedebistas Marta Zanella (secretária de Cultura) e Wagner Bittencourt (superintendente de Habitação) são indicações "pessoais" de Jorge Pozzobom, e não do partido. É uma clara, embora não dita, intenção de prevenir-se para a continuação dos dois na prefeitura, embora o MDB tenha oficialmente decidido sair do governo. 

Sim, não há como negar. A eventual posição de Marta e Bittencourt e também do vereador João Kaus, pode dar uma medida da discordância interna no emedebismo.

Há os que, afinal, são contra a candidatura própria à prefeitura, com Francisco Harrisson na cabeça, referendada pelo Diretório Municipal do partido, na reunião da última terça-feira.Isso, claro, no lado do MDB.

Já o prefeito Jorge Pozzobom e seus articuladores, é possível que vejam com bons olhos uma dissidência na agremiação que, afinal de contas, até agora é aliada na administração. Ver um adversário eleitoral com fissuras internas, no mínimo, não é ruim. Ah, mas a bronca não pode ser tão profunda que impeça um acordo no eventual segundo turno em que o adversário for um terceiro. Então...

Progressistas e a exposição pública da fratura
Luiz Gonzaga Trindade, um histórico militante do PP santa-mariense, encaminha-se para apoiar formalmente o pré-candidato Marcelo Bisogno, do PDT. Seu mentor político, o ex-prefeito José Haidar Farret, dá sinais evidentes (inclusive com presença física em eventos) de que, no mínimo, não está em desacordo.

Três potenciais (e pelo menos dois, certos) candidatos a vereador, Beto Rossi, Luiz Carlos Martins e Luiz Guimarães (presidente do PP Rural), indicam apoio ao pedetista, inclusive com filiação.

Mais significativo ainda: o presidente licenciado do PP, Roque Bakof, anunciou publicamente, com pompa e circunstância, seu apoio à pré- candidatura à prefeitura do emedebista Francisco Harrisson.

E assim segue, dia após dia, a fratura exposta do Progressista. É evidente que há maioria pró-aliança com o PSDB de Jorge Pozzobom. Mas isso está significando pagar um preço. Caro ou barato? Só o futuro vai dizer.

LUNETA

RELEVÂNCIA
Sem direção, desde que Jader Maretoli, ex-candidato a prefeito e que foi para o PRB, o Solidariedade, com seus cerca de 60 filiados, se reorganiza e busca protagonismo na discussão eleitoral santa-mariense. Na noite desta sexta, com a presença de dirigentes estaduais, novo comando seria definido, sob a liderança do ex-petista Gerri Machado. A ideia do partido, presume-se, é assumir algum tipo de relevância. 

MULHERES (1)
Há dois grandes desafios impostos aos partidos, sobretudo os maiores, quando o tema é a formação de uma nominata forte para a cada vez mais estratégica disputa à Câmara de Vereadores. Um deles é encontrar concorrentes de fato competitivos, para, na medida do possível, preencher as 32 vagas disponíveis. E o segundo é encontrar 11 mulheres para ocupar os 30% obrigatórios por lei. 

MULHERES (2)
PP, PSDB e PT são os que melhor têm enfrentado a questão feminina, no momento da formação das chapas (sem aliança) para o Legislativo. Ainda assim, há quem duvide da capacidade de fecharem as 32 vagas. E mais: se houver apenas, hipoteticamente, seis candidatas mulheres, o partido não poderá apresentar mais de 14 homens, para garantir a proporcionalidade. Assim, em vez de 32, serão só 20 candidatos. 

SLOGAN?
Hashtag bastante peculiar e chamativa tem sido utilizada em postagens no Facebook do vereador e agora oficializado pré-candidato à prefeitura pelo PMDB, Francisco Harrisson. Esta, no caso: "#Por Uma Santa Maria Melhor Para Todos". Claro que pode não ser, mas vamos combinar que ela tem cara, sonoridade e apelo típico das utilizadas como slogan de campanha - seja para que cargo e a que eleição for. Né? 

PARA FECHAR!  data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

O desembarque forçado do emedebista Osmar Terra, que de titular do ministério da Cidadania e eventual candidato ao prêmio de consolação em alguma embaixada sul-americana, por enquanto volta a ser apenas deputado federal, tende a provocar consequências diretas sobre o MDB de Santa Maria. A seção local do partido conta(va?) com habitantes em vários gabinetes do agora ex-ministro.

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